FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO


Leia, com atenção, os textos a seguir.

 

TEXTO I

Trabalhadores do Metrô

(Compositores: R. M. Santos e Walter Marques)

 

Vivendo na cidade grande

Na força da mocidade

Tinha ofício de armador

Armou do ferro da férrea necessidade

Pontes praças e pilares

Riquezas não desfrutou

Depois de tudo pronto

Tudo feito tudo arrumado

No bronze que foi lavrado

Só deu nome de doutor

O do prefeito, o do secretariado

E o do grande encarregado

Seu nome não encontrou

Bate zabumba pro povo fazer fuá

Tristeza de catacumba

No forró não pode entrar

Precisaria de uma placa que seria

Bem do tamanho da Bahia

Juazeiro a Salvador

Pra que coubesse

O nome de quem merece

De quem vive construindo

Homem, mulher e menino

Que é tudo trabalhador

Bate zabumba pro povo faz er fuá

Tristeza de catacumba

No forró não pode entrar

Zabumba ê...

 

TEXTO II

O agente histórico é o homem, e não o tempo. O homem é situado no tempo: nasce, vive e morre em determinado tempo da história; participa em diferentes medidas e de diferentes modos dos processos históricos que atravessam e sustentam o tempo de sua experiência humana. O homem é consciente de sua existência, de sua temporalidade, da condição de sua finitude.

 

Considerando os textos destacados, assinale a alternativa CORRETA.


A presença do homem na história é limitada ao tempo cronológico e repercute a ação humana como uma sucessão acumulativa de fatos sociais isolados.


As histórias individuais encontram-se sempre em conflito com as histórias coletivas, uma vez que o sentido das ações humanas é restrito ao tempo dos acontecimentos.


A condição abstrata do homem faz da história um fenômeno particular fora do tempo: toda ação se esgota no tempo em que se realiza e não atribui sentido à relação passado/presente.


O homem é um ser abstrato e, ainda que a sua materialidade esteja inserida na história, suas ações se esgotam sempre, no tempo em que se realizam.


As histórias individuais são partes de histórias coletivas e estas, portanto, são feitas no dia-a-dia por homens, mulheres e crianças, anônimos ou não.

Leia, com atenção, o texto a seguir.

 

Só ensina de fato quem “convida ao saber”. Quem abre portas e janelas em múltiplas direções. Quem aponta os caminhos e deixa ao outro a liberdade da escolha. Quem, ao invés de dizer aos seus alunos que já chegou a um lugar definitivo (do saber, do conhecer, do “dominar os seus assuntos”) declara que também está incompleto, inacabado. Que também está estudando enquanto ensina e, portanto, aprendendo com os outros e não apenas ensinando a eles.

 

(BRANDÃO; ABREU-BERNARDES. Redes e teias do saber: educação, cultura e sociedade. In: ALMEIDA, Francis Silva de. et al. Fundamentos da Educação. Uberaba: Universidade de Uberaba, 2009, p. 190)

 

Considerando os múltiplos elementos que circunstanciam a relação de mútua implicação entre educação e cultura, é possível afirmar que:

 

I ensinar e aprender não se limitam ao movimento de transmissão/aquisição do saber, mas das situações em que cada um, segundo os seus modos próprios de interiorização da experiência, integra em si o seu conhecimento.

II aprender é uma acumulação provisória e utilitária de conhecimentos dirigidos diretamente ao exercício das habilidades parceladas, restritas e “mecanizáveis” que permitem ao sujeito adequar-se econômica e politicamente ao modelo social.

III a educação constitui uma das múltiplas dimensões da cultura e, por isso, ensinar e aprender designa a forma de uma atividade inerente a tudo o que é vivo e que responde pela realização do ser humano pela cultura.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


I e II.


I, somente.


I e III.


III, somente.


II, somente.

Leia, com atenção, a charge a seguir.

 

 

A educação é uma prática social cada vez mais ampla e presente na sociedade contemporânea, pois vêm-se multiplicando os ambientes e processos de aprendizagem formais e informais, envolvendo práticas pedagógicas e formativas em instituições educativas, no trabalho, nas mídias e nos espaços de organização coletiva, potencializados pelas tecnologias de comunicação e de informação. Nesse sentido, é possível inferir que a charge:

 

I rechaça o papel formativo e sócio pedagógico da relação educação, trabalho e cultura.

II explicita o valor da educação escolar como base da formação técnica e especializada.

III critica os processos de escolarização pautados nas demandas econômicas e de mercado.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


III, apenas.


II, apenas.


I, apenas.


II e III.


I e II.

As dimensões da educação, da cultura e da sociedade encontram-se implicadas na grande trama que entretece o humano no homem e se constituem como dimensões indissociáveis que atravessam todas as expressões e formas da vida humana. Por seu lado, o homem – sujeito que se realiza concretamente –, tem sua identidade forjada nas tramas do tempo, e, através delas, compreende a si mesmo, os outros, a cultura e os acontecimentos de ontem e hoje como espaço dialético, de autocrítica e de autorrealização.

 

Considerando a função social da escola no contexto que incorpora a educação como uma prática social, avalie as afirmações a seguir.

 

I A incorporação do indivíduo ao mundo civilizado e sua formação como cidadão social e politicamente engajados na vida pública são papeis fundamentais da escola.

II As práticas de educação escolar não se prestam a outra finalidade que não seja a preparação do aluno para níveis subsequentes de ensino e inserção no mercado de trabalho.

III A educação escolar é um processo uniforme de adequação das competências individuais aos fins políticos e econômicos de uma determinada sociedade.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


II e III.


III, apenas.


I, apenas.


I e II.


II, apenas.

Sobre os mitos, Fernando Pessoa assim se pronuncia:

 

O mito é o nada que é tudo.

O mesmo sol que abre os céus

É um mito brilhante e mudo –

[...]

Assim a lenda se escorre

A entrar na realidade,

E a fecundá-la decorre.

Em baixo, a vida, metade

De nada, morre.

 

(Fragmento do poema Ulysses, 1934)

 

Sobre o saber mítico, julgue os itens a seguir.

 

I O saber mítico é um tipo de conhecimento filosófico e racional e sua função é explicar, através de histórias e fábulas, os fenômenos físicos e humanos.

II Os mitos eram ensinados por tradição oral e tinham como objetivo a formação ética, moral e religiosa dos membros de uma determinada comunidade.

III Os mitos procuravam explicar a origem do Universo, dos deuses e dos homens, bem como os fenômenos físicos e humanos.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


II, apenas.


II e III.
 


I e II.


I e III.


I, apenas.

Leia, com atenção, a charge e os textos a seguir.

 

 

Texto I

A transformação de informações em conhecimento requer um conjunto de habilidades que promovam um trabalho interno de reflexão que organize as informações desconexas num corpo coerente de pensamento (MASSON; MAINARDES, 2011, p. 80).

 

Texto II

A produção do conhecimento mediado pelo juízo  (ou seja, pela capacidade de julgar e elaborar valores sobre determinadas questões) opera pelo encadeamento de conceitos e ideias e carece da linguagem como suporte fundamenal ao processo da abstração. A abstração permite que o homem passe da natureza sensível, concreta e particular de um objeto à representação mental que dele se faz. É esse processo que torna possível a generalização dos enunciados, a nomeação, a significação e a valoração dos produtos da existência humana.

 

Em que pesem as influências das tecnologias digitais na produção e comunicação do conhecimento, é CORRETO afirmar que:


as demandas de comunicação digital na sociedade tecnológica têm provocado um significativo esvaziamento do conteúdo crítico e criativo do conhecimento.


o modo como o homem se relaciona com a produção e aquisição do conhecimento não se altera em razão das tecnologias digitais de informação e comunicação.


a habilidade de mobilizar rápida e resumidamente as informações é muito mais importante do que o encadeamento reflexivo de conceitos e ideias. 


as tecnologias digitais tornaram a informação eficiente e popularizaram o acesso à produção e á comunicação de conteúdos socialmente significativos.


a informação e o conhecimento têm o mesmo valor, não havendo, entre eles, hierarquia quanto à sua qualidade e processos de produção e acumulação.

Leia, com atenção, a charge a seguir.

Analisar a estrutura lógica, a validade e a verdade de um argumento é um processo, em certa medida, mecânico. Contudo, não somos robôs. E isso indica algo de muito peculiar a nosso respeito: podemos ser levados a aceitar argumentos e suas conclusões sem que avaliemos corretamente a estrutura e validade dos argumentos.

 

Quanto à importância da compreensão discurso como veículo de transmissão do poder entre os sujeitos, a charge chama atenção para:

 

I a carência de recursos tecnológicos.

II a falta de liberdade de expressão.

III a reação ao controle do pensamento coletivo.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


I e II.


III, somente.


I, somente.


II, somente.


I e III.

A fim de superar o extremismo entre os inatistas e os ambientalistas, os teóricos interacionistas afirmam que o desenvolvimento humano resulta da interação sujeito-objeto. Trata-se, portanto, de um processo envolve os fatores hereditários, genético maturacionais, bioquímicos e de estimulação ambiental e da aprendizagem. Considerando as bases do interacionismo, julgue os itens a seguir.

 

I A concepção interacionista defende a ideia de que o desenvolvimento humano resulta da interação do indivíduo com as outras pessoas e o meio em que ela se encontra inserida.

II É por meio da interação com outras pessoas, adultos e crianças que, desde o nascimento, o indivíduo constrói a suas características: modos de agir, pensar, sentir e perceber o mundo.

III Para os pesquisadores interacionistas o desenvolvimento e a aprendizagem são processos idênticos que resultam da ação do meio sobre o indivíduo.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


II, somente.


I, somente.


I e III.


I e II.


III, somente.

Leia, com atenção, o texto a seguir.

 

Muitas vezes, os próprios educadores, por incrível que pareça, também vítimas de uma formação alienante, não sabem o porquê daquilo que dão, não sabem o significado daquilo que ensinam e quando interrogados dão respostas evasivas: “é pré-requisito para as séries seguintes”, “cai no vestibular”, “hoje você não entende, mas daqui a dez anos vai entender”. Muitos alunos acabam acreditando que aquilo que se aprende na escola não é para entender mesmo, que só entenderão quando forem adultos, ou seja, acabam se conformando com o ensino desprovido de sentido.

 

(VASCONCELLOS, C. S. Construção do conhecimento em sala de aula. 13ª ed. São Paulo: Libertad, 2002, p. 27-8)

 

Tendo em conta o texto acima e as reflexões realizadas acerca do papel do professor na transição de paradigmas na educação, avalie as afirmações a seguir.

 

I O processo de construção do conhecimento deve ser refletido e encaminhado de forma dialógica e a partir da perspectiva de uma prática social.

II O professor deve ensinar os conteúdos previstos na matriz curricular, mesmo que sejam desprovidos de significado

e sentido para professores e alunos.

III As práticas de ensino devem desconsiderar a influência das experiências extraescolares bem como da relação dessa experiência com o saber científico.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


II, somente.


I, somente.


II e III.


I e II.


III, somente.

A educação é uma prática social que ocorre em todas as instâncias da sociedade humana, portanto, constitutiva e constituinte das relações sociais. O Estado na sua relação com a sociedade concebe e implementa políticas públicas de educação que visam garantir a manutenção e reprodução de um determinado projeto de sociedade. Nesse sentido, cabe à escola:


atuar na formação de sujeitos críticos, autônomos e emancipados.


reproduzir os padrões socioculturais dominantes.


garantir a formação para o trabalho tendo em conta o crescimento econômico.


realizar o controle interno e intrínseco dos indivíduos e grupos socais.


promover a democracia como instrumento de controle.